Projecto de mestrado em Comunicação e Imagem, apresentado à Escola Superior de Marketing e Publicidade do IADE, realizado sob orientação de Eduardo Côrte-Real e co-orientação de Luís Veríssimo

Resumo: Em Portugal, existem cerca de 14 000 pessoas que sofrem de Insuficiência Renal Crónica (IRC), dos quais aproximadamente 10 mil realizam tratamentos de diálise e os restantes 4 a 5 mil foram sujeitos a transplantes renais. No entanto, a falta de adesão aos tratamentos médicos é um dos principais problemas relacionados com a IRC, uma vez que esta atitude pode levar à morte dos doentes, cuja taxa de mortalidade se situa em cerca de 20% ao ano. Desta atitude, denominada de non-compliance, ou não adesão à terapêutica médica, que prejudica directamente o próprio doente, declina um outro problema, de desperdício, com que, quer as clínicas, quer os sistemas de saúde, quer, em última análise, toda a sociedade se vê confrontada. Com a alteração ao regime de comparticipação aos tratamentos de hemodiálise, desde Janeiro de 2008, cujo reembolso se baseia num modelo de preço compreensivo por doente, o desafio passou a ser melhorar os cuidados assistenciais aos doentes com recursos limitados pela realidade da capitação. Na primeira parte deste projecto, enquadra-se e explica-se toda a função renal, as suas doenças e vicissitudes, com especial incidência na IRC e terapia de hemodiálise, bem como se dá uma visão geral do panorama dialítico português. Procurou-se depois estimar as causas e investigar as suas determinantes, onde se identificaram os seguintes factores: a falta de informação e conhecimento concreto dos doentes sobre a própria doença, a sua auto-percepção de um estado clínico altamente desfavorável e, consequentemente a ausência de estímulos que levem a uma tomada de posição perante a vida mais favorável e positiva. Observou-se que a identificação do problema se encontrava, de uma forma geral, bem definida e identificada e, perante este cenário, definiram-se como objectivos: aumentar a compliance, combatendo as suas causas, reduzir os desperdícios com a medicação e aumentar a eficiência dos fármacos e, acima de tudo, motivar o doente a sentir a importância do seu papel enquanto agente activo na melhoria do seu estado de saúde e, obviamente, da sua qualidade de vida. Desenvolveu-se então toda uma estratégia e consequente plano de acções, que incluem nome, conceito, imagem e respectiva declinação das peças de comunicação de modo a cumprir os pressupostos iniciais. O projecto aqui apresentado é pois essa proposta de comunicação integrada.